Alegria

A paginas tantas, no discurso de apresentação da sua candidatura à Presidência da República, Manuel Alegre diz o seguinte:
Nos últimos tempos, alguns sectores, com muito eco na comunicação social, têm repetido até à exaustão que os portugueses vivem acima das suas possibilidades. E eu pergunto: mas quais portugueses? Os que estão desempregados?
Os que auferem o salário mínimo nacional? Os que se encontram no limiar da pobreza e que atingiriam cerca de 40 % da população se não fossem as prestações sociais e as ajudas do Estado? Os 57% que vivem com um orçamento familiar abaixo dos 900 euros? Os que se vêm novamente forçados a emigrar?
Como é que nestas circunstâncias se pode pretender pôr em causa e destruir o Estado Social? Como é possível que num país como o nosso se apresente um projecto de revisão constitucional contra os serviços públicos e os direitos sociais?"
Ora, a resposta às questões do terceiro parágrafo estão no segundo parágrafo. Como é que não se pode pôr em causa ou destruir um Estado Social que não evita que 40% da população esteja abaixo do limiar da pobreza, que quase 2/3 da população viva com um orçamento inferior a 900 euros e que a emigração esteja a crescer? Como é possível que num país em que isto acontece não se reflicta no papel que tem a abundância de serviços públicos e direitos sociais?

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